Desta vez, não vai ser uma forte redução no nível das águas do mar, um enorme derramamento de lava na Sibéria, ou a queda de um asteróide gigantesco - só para dar alguns exemplos das mais consensuais causas para três das cinco grandes extinções conhecidas - a levar a um desaparecimento em massa de biodiversidade. No século XXI, poderá ser a acção do Homem a levar à sexta Grande Extinção.
A esta conclusão chegou uma investigação que teve os seus resultados agora publicados num artigo da revista científica Nature, intitulado Consequências das Alterações Climáticas na Árvore da Vida da Europa. O artigo, que na sua elaboração contou com a colaboração de Rui Nabeiro da Universidade de Évora, utilizou quatro modelos diferentes da intensidade das alterações climáticas (tendo em conta quantidades diferentes de emissões de gases com efeito de estufa) e aplicou-os a diversas espécies de mamíferos, aves e plantas. As conclusões apontam para que as alterações climáticas afectem “os ramos da vida de forma uniforme, tornando-os menos densos e farfalhudos com o tempo”, afirmou o investigador português ao jornal Público.
Ainda de acordo com o mesmo estudo, os países europeus mais afectados pela perda de biodiversidade serão os do Sul, à medida que as espécies migram para Norte procurando encontrar condições mais favoráveis para a sua sobrevivência. Mas, ressalva o artigo da Nature, “as perdas não vão ser compensadas pelos ganhos e a árvore da vida enfrenta uma tendência no sentido da homogeneização ao longo do continente”.