segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Alterações Climáticas apontadas como causa para extinção em massa


Desta vez, não vai ser uma forte redução no nível das águas do mar, um enorme derramamento de lava na Sibéria, ou a queda de um asteróide gigantesco - só para dar alguns exemplos das mais consensuais causas para três das cinco grandes extinções conhecidas - a levar a um desaparecimento em massa de biodiversidade. No século XXI, poderá ser a acção do Homem a levar à sexta Grande Extinção.

A esta conclusão chegou uma investigação que teve os seus resultados agora publicados num artigo da revista científica Nature, intitulado Consequências das Alterações Climáticas na Árvore da Vida da Europa. O artigo, que na sua elaboração contou com a colaboração de Rui Nabeiro da Universidade de Évora, utilizou quatro modelos diferentes da intensidade das alterações climáticas (tendo em conta quantidades diferentes de emissões de gases com efeito de estufa) e aplicou-os a diversas espécies de mamíferos, aves e plantas. As conclusões apontam para que as alterações climáticas afectem “os ramos da vida de forma uniforme, tornando-os menos densos e farfalhudos com o tempo”, afirmou o investigador português ao jornal Público.

Ainda de acordo com o mesmo estudo, os países europeus mais afectados pela perda de biodiversidade serão os do Sul, à medida que as espécies migram para Norte procurando encontrar condições mais favoráveis para a sua sobrevivência. Mas, ressalva o artigo da Nature, “as perdas não vão ser compensadas pelos ganhos e a árvore da vida enfrenta uma tendência no sentido da homogeneização ao longo do continente”.