segunda-feira, 29 de novembro de 2010
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
A solução para o aquecimento global é o mercado de carbono?
Quando os líderes mundiais debatem a melhor forma de solucionar o problema das alterações climáticas há sempre uma medida que é discutida: a criação de mercados de carbono.
Estes mercados, em alguns aspectos semelhantes a uma bolsa de valores, já existem na União Europeia (European Climate Exchange) desde Fevereiro de 2005. Outros países já puseram, da mesma forma, a medida em prática.
Todos eles baseiam-se no princípio do comércio de emissões: os países e indústrias têm um limite de emissões de gases de estufa disponível. Caso ultrapassem o estabelecido são obrigados a ir ao mercado comprar mais emissões. Caso as emissões fiquem aquém do limite inicial, o excedente pode ser vendido.
Para muitos, o sistema europeu tem-se mostrado um sucesso por ter levado a um investimento em energias limpas, permitido um melhor sistema de monitorização de emissões, etc.
No entanto, são muitas as vozes discordantes. Entre elas destaca-se a da ambientalista Annie Leonard pela clareza e alcance da mensagem.
Para que as suas ideias fossem ouvidas, Annie Leonard decidiu criar um vídeo de 20 minutos sobre a sociedade do consumo e divulga-lo na internet. Nascia, desta forma, o projecto The Story of Suff (A história das coisas, numa tradução literal). “A história de um mundo obcecado por coisas, de um sistema em crise”, palavras com que começa o filme, tornou-se um sucesso global com, até ao momento, mais de 12 milhões de visualizações. A influente revista Time considerou a autora um dos “Heróis do ambiente”. O criador da lista escreveu que “Os meus amigos frequentemente não acreditam quando eu digo que posso passar uma tarde a ouvir histórias sobre lixo e ficar totalmente fascinado. É porque ainda não conhecem a Annie Leonard.”
Para além do vídeo inicial, o projecto cresceu para outros pequenos filmes. Entre eles The Story of Cap & Trade (A história do Cap & Trade expressão inglesa sem tradução para português em que “Cap” se refere a estabelecer um limite de emissões e “Trade” à venda do que sobra do limite de emissões).
No filme, Annie Leonard afirma que a solução do mercado de emissões não passa de um “enorme problema” porque vai criar “uma bolha de três biliões de dólares”. Wall Street tem-se vindo a tornar especialista em criar enormes bolhas que mais tarde ou mais cedo rebentam mas esta tem, defende a ambientalista, uma particularidade: “quando esta bolha estourar não vai deitar abaixo apenas as nossas carteiras de acções, pode deitar abaixo tudo!”.
Para sustentar a sua tese, Leonard apresenta três argumentos, os “três demónios nos detalhes das propostas de comércio de emissões”:
Estes mercados, em alguns aspectos semelhantes a uma bolsa de valores, já existem na União Europeia (European Climate Exchange) desde Fevereiro de 2005. Outros países já puseram, da mesma forma, a medida em prática.
Todos eles baseiam-se no princípio do comércio de emissões: os países e indústrias têm um limite de emissões de gases de estufa disponível. Caso ultrapassem o estabelecido são obrigados a ir ao mercado comprar mais emissões. Caso as emissões fiquem aquém do limite inicial, o excedente pode ser vendido.
Para muitos, o sistema europeu tem-se mostrado um sucesso por ter levado a um investimento em energias limpas, permitido um melhor sistema de monitorização de emissões, etc.
No entanto, são muitas as vozes discordantes. Entre elas destaca-se a da ambientalista Annie Leonard pela clareza e alcance da mensagem.
Para que as suas ideias fossem ouvidas, Annie Leonard decidiu criar um vídeo de 20 minutos sobre a sociedade do consumo e divulga-lo na internet. Nascia, desta forma, o projecto The Story of Suff (A história das coisas, numa tradução literal). “A história de um mundo obcecado por coisas, de um sistema em crise”, palavras com que começa o filme, tornou-se um sucesso global com, até ao momento, mais de 12 milhões de visualizações. A influente revista Time considerou a autora um dos “Heróis do ambiente”. O criador da lista escreveu que “Os meus amigos frequentemente não acreditam quando eu digo que posso passar uma tarde a ouvir histórias sobre lixo e ficar totalmente fascinado. É porque ainda não conhecem a Annie Leonard.”
Para além do vídeo inicial, o projecto cresceu para outros pequenos filmes. Entre eles The Story of Cap & Trade (A história do Cap & Trade expressão inglesa sem tradução para português em que “Cap” se refere a estabelecer um limite de emissões e “Trade” à venda do que sobra do limite de emissões).
No filme, Annie Leonard afirma que a solução do mercado de emissões não passa de um “enorme problema” porque vai criar “uma bolha de três biliões de dólares”. Wall Street tem-se vindo a tornar especialista em criar enormes bolhas que mais tarde ou mais cedo rebentam mas esta tem, defende a ambientalista, uma particularidade: “quando esta bolha estourar não vai deitar abaixo apenas as nossas carteiras de acções, pode deitar abaixo tudo!”.
Para sustentar a sua tese, Leonard apresenta três argumentos, os “três demónios nos detalhes das propostas de comércio de emissões”:
- Licenças Gratuitas: A maioria das licenças de emissões é dada aos poluidores de forma gratuita. “É como se lhes estivéssemos a agradecer por terem criado este problema”, afirma Leonard. Em vez de simplesmente oferecermos as licenças aos poluidores elas seriam mais úteis se fossem vendidas e o dinheiro resultante investido em energias limpas, dar aos cidadãos um dividendo enquanto, no período de transição para uma economia de energias limpas, os preços dos combustíveis aumentassem e, destaca o vídeo, partilhar o dinheiro obtido com os países mais afectados pelas alterações climáticas e que, na maior parte dos casos, desempenham um papel pouco significativo a nível de emissões (chama-se a isso “pagar a nossa dívida ecológica”).
- “Créditos de Compensação de Carbono”: Quando uma empresa reduz as suas emissões recebe créditos que pode vender a outras empresas mais poluentes. “Em teoria uma actividade compensa a outra. O perigo destas compensações é garantir que o carbono está realmente a ser removido. Isto cria um muito perigoso incentivo para criar falsas compensações – fazer batota. Muitas vezes fazer batota não é o fim do mundo, mas neste caso é.”, defende Leonard. Exemplifica ainda com o caso da empresa indonésia Sinar Mars (que nos últimos anos tem estado sempre na mira dos ambientalistas) que destruiu florestas primitivas e plantou, no mesmo local, palmeiras e conseguiu, dessa forma, créditos de compensação.
- “O comércio de emissões é uma distracção perigosa”: Uma solução real para combater o aquecimento global passa por criar uma economia que não esteja dependente de combustíveis fósseis. Para Annie Leonard, este sistema cria uma “falsa sensação de progresso” porque “faz os cidadãos pensarem que tudo vai ficar bem se conduzirem um pouco mesmo, mudarem as lâmpadas e deixarem os especuladores fazerem o resto”.
Conclui Leonard, os sistemas de Cap & Trade são “ineficientes, injustos e perigosos”. “Eu sei que todos gostaríamos de não sacrificar nada, salvar o planeta e enriquecer pelo caminho. Mas isso não é possível! Precisamos de algo novo. Não vai ser fácil, mas desta vez sonhamos mais alto. Está na altura de desenhar uma solução climática que funcione realmente”.
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mercado de carbono
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Primeiro semestre de 2010 o mais quente desde que há registos
Segundo dados divulgados pelo Federal Climate Service (EUA) o período de Janeiro a Junho de 2010 foi o mais quente de sempre, a nível global. Aquele organismo monitoriza a temperatura a temperatura desde o século XIX.
No período em estudo, a temperatura global foi em média de 14.17° célsius, um aumento de 0.7° C em relação à média de todo o século XX.
2010 tem, assim, uma grande probabilidade de se tornar o mais quente que há memória, suplantando o recorde que pertence a 2005.
No árctico os efeitos são mais que visíveis, conta o jornal Toronto Star. Em algumas regiões do norte do Canadá as temperaturas têm sido superiores ao normal em mais de 4°C.
A estas informações vêm-se juntar as da seguradora alemã Munich Re que considera 2010 como um “ano excepcional” em termos de desastres meteorológicos. Para Peter Hoepe, investigador da empresa, o aquecimento global contribuiu para estes fenómenos e “está a piorar”.
No período em estudo, a temperatura global foi em média de 14.17° célsius, um aumento de 0.7° C em relação à média de todo o século XX.
2010 tem, assim, uma grande probabilidade de se tornar o mais quente que há memória, suplantando o recorde que pertence a 2005.
No árctico os efeitos são mais que visíveis, conta o jornal Toronto Star. Em algumas regiões do norte do Canadá as temperaturas têm sido superiores ao normal em mais de 4°C.
A estas informações vêm-se juntar as da seguradora alemã Munich Re que considera 2010 como um “ano excepcional” em termos de desastres meteorológicos. Para Peter Hoepe, investigador da empresa, o aquecimento global contribuiu para estes fenómenos e “está a piorar”.
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